quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lembrai-vos da mulher de Ló

Jesus e a mulher de lo




“Lembrai-vos da mulher de Ló”— é uma das advertências apocalípticas de Jesus.

As recomendações que se seguem a essa advertência são todas relacionadas a urgência e a total decisão de não olhar para trás quando os “sinais” estiverem se cumprindo...

É como o Caminho do hebreu, é andando...olhando adiante...vendo o invisível...indo...nunca ficando escravo à nada; nem que a tal preciosidade esteja no andar de baixo da casa.

A ordem é para pular do terraço e correr.

É nesse espírito que Jesus trata essa advertência: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.

É estranho que Aquele que falou tanto sobre o perigo do sal perder o sabor tenha também aludido a uma Estátua de Sal quando fala dos perigos da última hora?

É claro que não!

A moçada diria: “Tudo a ver...!”

Sodoma, Gomora, Jerusalém, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Paris, New York, ou qualquer outro lugar de morte e violência da terra, não devem ser objeto da saudade que suspira com pena de sua ruína no dia da Grande Fuga...

Quando esse dia chegar cada um não terá sequer tempo para buscar o dinheiro na bolsa.

Esse dia é como o Ladrão que vem a noite.

Um dia esse dia será o Dia...

No entanto, com outras caras, ele sempre chega para cada ser humano muitas vezes na vida.

E o sábio sobe o monte, ou vai para onde puder, mas não fica com saudade do que está sob juízo divino.

Se Deus mandar você correr... Corra!

A existencialidade dessa advertência, “Lembrai-vos da mulher de Ló”, me assusta.

É uma Imagem Tenebrosa!

Uma mulher olhando para Sodoma e Gomorra, e que fica petrificada pelo bafo que veio do juízo que caiu sobre ambas as cidades...

Este é um grande perigo...

Virar algo como essa estátua de sal, que não anda para adiante...mesmo que seja em fuga, como um hebreu deveria fazer; e que fica com saudades dos pecados que não cometeu.

Sim, porque a mulher de Ló não era uma das devassas da cidade.

Não! Jamais seria!

Porém, amou os pecados que não cometeu; por isso, quando chegou a hora de deixar aquilo para trás...ela ficou “como” aquilo que dizia odiar.

Saudades dos pecados que não se cometeu, é o poder existencial e psicológico que mais faz hebreus virarem estátuas de sal.

É aquela doença de quem morre de inveja de quem faz algo que a pessoa considera pecado; e, portanto, odeia quem faz; enquanto morre de saudade de nunca ter feito; e, portanto, se petrifica ao soprar da poeira de Sodoma.

“Lembrai-vos da mulher de Ló!”


sábado, 17 de outubro de 2009

Sadhu Sundar Sing, o apóstolo dos pés sangrentos







Sundar Sing era filho de pessoa rica e proeminente da Índia, onde imperava e ainda impera uma discriminação e racismo brutais, estando o país dividido em castas que praticamente não se comunicam entre si. Conheceu Jesus através da leitura de um Novo Testamento. Essa guinada em sua vida custou-lhe o ódio e a discriminação por parte de todos – inclusive da família, levando-o a viver nos campos e matas, em extrema penúria e também, muitas vezes, em grandes cidades do mundo fazendo conferências.



Sua alegria interior compensava tudo que tinha perdido. Ele próprio dizia que queria viver, tanto quanto possível, uma vida semelhante à de Jesus.



O milagre era uma constante em sua vida. Imagine alguém que não tem onde dormir, nem o que comer ou vestir, andando por selvas, montes, desertos, montanhas geladas e que pudesse sobreviver se não fosse pelo milagre. Imagine, também, as perseguições, prisões, espancamentos de alguém que, qual Daniel, não contasse com um Deus para livrá-lo.



Pois bem, assim era a vida do Sadhu (termo indiano que significa santo ou separado) Sundar Sing: entre visões da glória, transportes, meditações profundas, estados de êxtase.



Certa feita, foi atirado pelos seus algozes dentro de um poço cheio de pessoas condenadas – mortas ou moribundas. Um poço de onde ninguém sairia. A despedida da vida. Quando chegou ao fundo, sentiu o contato morno de algo que nada mais era do que carne humana fétida, em decomposição. Logo em seguida fecharam a chave a boca do poço.



“Não sabia que três dias se tinham passado. Inerte, sentado entre os ossos e os cadáveres, aguardava a morte, quando a boca do poço se abriu. Um vulto irreconhecível surgiu, negro contra o céu da noite. A voz, ampliada, era como o trovão. Ordenava-lhe que agarrasse a corda. E pouco depois, tateando fracamente, encontrou-a. Tinha um nó na extremidade. Firmou ali o pé e segurou-a como pôde. Sentiu que era erguido. Seu corpo oscilou pesadamente de uma parede à outra, até que atingiu a superfície. Fortes mãos o agarraram e o colocaram em terra. O ar fresco invadiu-lhe os pulmões como a água da represa invade o vale, os diques. Tossindo, atordoado, ouviu como em sonhos o ranger da tampa, o som da chave na fechadura. Olhou em torno para conhecer o seu amigo desconhecido, mas viu que estava só na escuridão noturna. Caiu de joelhos e deu graças a Deus. Quem o visse dormindo entre o bulício da faina diária que começava não imaginaria que era o mesmo que estivera no fundo do poço por três dias”.



No final de sua vida tentou várias vezes a travessia do Himalaia, rumo ao Tibete, onde pretendia pregar o evangelho. Da última vez, na primavera, não se conteve. Pretendia atingir o seu destino pela 'Estrada do Peregrino'. Contra tudo e contra todos, foi e desapareceu — por mais que o procurassem, sumiu sem deixar vestígio algum.



O importante é salientar o papel que Jesus representa e pode representar nas vidas daqueles que buscam algo surpreendente, superior e eterno e que não têm medo de confiar n’Aquele que é poderoso para resolver.
Poque Deus esta conosco e ele e fiel e justo.
 
josue araujo

terça-feira, 13 de outubro de 2009

ESSA NOITE EU TIVE UM SONHO



Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Fernando…


Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Tiago dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Paulo dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.

Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Julio, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dona Maria, faxineira.

Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.

Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Marcelo não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente. Normalmente era um churrasco feito no sítio do Rogerio e Lia, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Priscila. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente.

Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.

Quando o sol estava se pondo, Priscila trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.

Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada… aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

OLHAR DA GRAÇA?



OLHAR DA GRAÇA?


NOSSO GRUPO não é para os Superespirituais.

Não é para os cristãos Poderosos que têm Benny Hinn como
Herói, e não a Jesus.

Não é para acadêmicos que aprisionam Jesus na torre de marfim

Da exegese.

Não é para gente barulhenta e Fanática que manipula o cristianismo

A ponto de torná-lo um simples apelo ao emocionalismo.

Não é para os místicos de capuz que querem mágica na sua

Religião.

Não é para os cristãos. aleluia., que vivem apenas no alto da

Montanha e nunca visitaram o vale da desolação.

Não é para os destemidos que nunca derramaram lágrimas.

Não é para os zelotes ardentes que se gabam com o jovem rico

Dos Evangelhos: Guardo todos esses mandamentos desde a minha

Juventude.

Não é para os complacentes, que ostentam sobre os ombros um

Sacolão de honras, diplomas e boas obras, crendo que efetivamente

Chegaram lá.

O OLHAR DA GRAÇA

Não é para os legalistas, que preferem entregar o controle da

Alma a regras a viver em união com Jesus.

O Verdadeiro evangelho foi escrito para os dilapidados, os derrotados

E os exauridos.

Ele é para os sobrecarregados que vivem ainda mudando o peso

Da mala pesada de uma mão para a outra.

É para os vacilantes e de joelhos fraco, que sabem que não se

Bastam de forma alguma e são orgulhosos demais para aceitar a

Esmola da graça admirável.

É para os discípulos inconsistentes e instáveis cuja azeitona vive

Caindo para fora da empada.

É para homens e mulheres pobres, fracos e pecaminosos com

Falhas hereditárias e talentos limitados.

É para os vasos de barro que arrastam pés de argila.

É para os recurvados e contundidos que sentem que sua vida é

Um grave desapontamento para Deus.

É para gente inteligente que sabe que é estúpida, e para discí-

Pulos honestos que admitem que são canalhas.

O evangelho e para todos os perdidos no Caminho.